Em teoria, o tempo de vida útil de uma bomba medidora de combustível é indeterminado.
No entanto, essa ‘longevidade’ vai depender – e muito – de fatores relacionados ao ambiente, infraestrutura, instalação, manutenção preventiva e eventual troca de componentes e, é claro, das características da operação do posto.
Vamos falar, aqui, sobre quais são essas condições e o que fazer para que as bombas do seu estabelecimento funcionem adequadamente por mais tempo, começando com os cuidados referentes a ambiente, infraestrutura e instalação.
A instalação da bomba deve ser, obviamente, precedida pelo atendimento às legislações ambientais e de segurança, entre outras, que determinam os requisitos técnicos exigidos para o exercício de atividades que envolvam armazenamento e movimentação de combustíveis. Quanto às bombas, os procedimentos e projetos devem observar as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que trazem detalhes sobre a instalação e adoção de equipamentos/dispositivos de proteção ambiental, sumps com sensores de vazamento. Também é preciso seguir as orientações que cada fabricante de bombas fornece para melhor desempenho de seus produtos como, por exemplo: distância máxima tanque-bomba, altura manométrica e recomendações quanto as instalações elétricas, principalmente o aterramento adequado (conforme solicitado pelo fabricante) e uma tensão estável.
Distâncias e tubulações
No caso dos equipamentos produzidos pela Gilbarco Veeder-Root, a distância máxima indicada entre a bomba e o tanque é de 20m e a distância entre a base da bomba e o fundo do tanque subterrâneo deve estar entre 3,20m e 3,50m, no máximo. Quando o terreno do posto apresenta grande desnível e/ou há uma relativa distância separando o tanque e a bomba, é conveniente avaliar a instalação de uma bomba submersa, dentro do tanque, capaz de bombear o combustível até o ponto de abastecimento.
O diâmetro e o material empregado nas tubulações utilizadas para sucção entre os tanques e as bombas, nas linhas de descarga remota e ligações do filtro também devem obedecer às especificações técnicas de órgãos reguladores e fabricantes. Elas devem ser flexíveis e confeccionadas em polietileno de alta densidade (PEAD), com revestimento interno de material impermeável, conhecido como liner. Essa configuração lhes garante longa durabilidade, pois se tornam praticamente imunes à umidade externa, à corrosão provocada - pelo solo - e às agressões químicas internas, provocadas pelos combustíveis que conduzem.
Já o diâmetro ideal dessas tubulações está condicionado à vazão nominal do equipamento. Para bombas com vazão de até 140 lpm (litros por minuto), cada unidade bombeadora deverá estar conectada a uma tubulação de 2” (duas polegadas) exclusiva. Ou seja, uma tubulação para cada unidade bombeadora. Conexões em ‘T’ não são admitidas nesse tipo de instalação.
Evitando esforço desnecessário
Presença de ar e acessórios pode fazer com que o conjunto hidráulico do equipamento trabalhe “forçado”, com pressão excessiva, o que gera desgaste mais acelerado dos componentes.
Vale ainda destacar que qualquer acessório pode ocasionar perda de carga ou redução de vazão. Por exemplo, o swivel, o breakaway, o visor de fluxo e alguns modelos de bico podem ser mais ou menos restritivos. Ainda se encontram nessa categoria, os sistemas de filtragem de combustível – como os filtros de passagem e os coalescentes, muito usados no abastecimento de óleo diesel. Se os elementos filtrantes destes equipamentos e o filtro interno da unidade bombeadora estiverem sujos, também forçarão o conjunto hidráulico, reduzindo sua vida útil.
Atenção às instalações elétricas
Divergências entre a tensão elétrica fornecida pela concessionária da região e as especificações presentes no estabelecimento podem danificar seriamente as bombas. Portanto, o primeiro passo nesse quesito é verificar se a tensão local está de acordo com a norma da concessionária.
O dimensionamento elétrico do posto deve considerar todos os equipamentos elétricos e eletrônicos que serão utilizados, para não haver sobrecarga. E vale destacar que, dentro desse projeto, a instalação elétrica para a bomba deve ser individualizada (cabos e disjuntor de proteção separados), um para a cabeça eletrônica e outro para o motor.
Se a rede for instável, um no-break ou um quadro elétrico estabilizado poderá evitar que eventuais picos de energia queimem componentes da bomba. E, mais uma vez, não podem ser ignoradas as orientações do fabricante quanto à especificação dos cabos e dos disjuntores de proteção da cabeça eletrônica e do motor elétrico, assim como os cuidados com sistema de aterramento. Os disjuntores devem ser instalados em quadro elétrico apropriado, situado em local de fácil acesso e a uma distância segura dos equipamentos. E, ainda, esses dispositivos, que desligam o circuito elétrico em caso de sobrecarga, não podem ser unipolares interligados e precisam ser devidamente etiquetados e identificados, para facilitar sua inspeção.
Há mais duas recomendações importantes: ao instalar a bomba na ilha de abastecimento e antes de acioná-la pela primeira vez, certifique-se de que está nivelada e fixada corretamente, pois, do contrário, existe risco de acidentes, como, por exemplo, a bomba ser atingida e derrubada, na eventualidade de um choque com veículo, e a ocorrência ter consequências graves, ferindo pessoas e, até mesmo, dando origem a um incêndio no posto. E lembre-se, também, que essa ação – o start-up (partida inicial) da bomba – pode ser executada unicamente por técnico credenciado pelo fabricante.
Mais dúvidas? Converse com nossos técnicos para conhecer o passo a passo da infraestrutura e todas as condições necessárias para instalação que vão contribuir para durabilidade das suas bombas, protegendo o seu investimento.